Líderes de seis países europeus e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, emitiram uma declaração conjunta alertando que “o caminho para a paz na Ucrânia não pode ser decidido sem a Ucrânia“, segundo o texto divulgado pelo governo britânico.
Neste domingo (10/8), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que Kiev valoriza e apoia totalmente a declaração conjunta dos líderes europeus.
A declaração, publicada neste sábado e assinada por von der Leyen, juntamente com os líderes do Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Polônia e Finlândia, foi emitida dias antes da reunião agendada entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, no Alasca, em 15 de agosto, para discutir um possível acordo para encerrar a guerra na Ucrânia.
“A Ucrânia tem a liberdade de escolher seu próprio destino. Conversas frutíferas só podem ocorrer em um contexto de cessar-fogo ou redução das hostilidades. O caminho para a paz na Ucrânia não pode ser decidido sem a Ucrânia”, escreveram os líderes europeus.
No sábado (9/8), se reuniram no Reino Unido altos representantes governamentais e conselheiros de segurança dos EUA, Ucrânia e vários países europeus – incluindo o vice-presidente americano, J.D. Vance. Pouco foi revelado sobre o conteúdo das negociações, mas Zelensky falou em discussões “construtivas”.
“O caminho para a paz na Ucrânia deve ser determinado em conjunto com a Ucrânia”, reiterou Zelensky posteriormente em seu discurso em vídeo. O presidente francês, Emmanuel Macron, também enfatizou no X que a Europa deve participar de toda e qualquer solução, pois sua própria segurança está em jogo.
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“Trocas” territoriais
Pouco antes de anunciar o encontro com Putin, Trump sugeriu que seu acordo de paz incluiria “trocas” territoriais, mas Zelensky insistiu que a Ucrânia não cederia partes do território à Rússia e afirmou que decisões tomadas sem Kiev são “natimortas”.
No texto divulgado neste sábado, os líderes europeus expressaram satisfação com os esforços de Trump para tentar impedir o “massacre” na Ucrânia, encerrar a “guerra de agressão” da Rússia e alcançar uma “paz e segurança justas e duradouras” para Kiev.
Pressão sobre a Rússia
Entretanto, disseram ser necessário um posicionamento duro em relação a Moscou. “Estamos convencidos de que somente uma abordagem que combine diplomacia ativa, apoio à Ucrânia e pressão sobre a Federação Russa para pôr fim à sua guerra ilegal poderá ser bem-sucedida”, afirmaram.
Nesse sentido, os líderes signatários expressaram sua disposição de apoiar esse trabalho “diplomaticamente”, bem como de manter seu apoio militar e financeiro “substancial”, por meio do trabalho da Coalizão dos Dispostos ou impondo medidas restritivas contra a Federação Russa, acrescentaram.
Von der Leyen, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer; o presidente francês, Emmanuel Macron; o chanceler alemão, Friedrich Merz; a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk; e o presidente finlandês, Alexander Stubb também compartilharam a convicção de que essa solução diplomática “deve proteger os interesses vitais de segurança da Ucrânia e da Europa”.
Na visão dos líderes, esses interesses incluiriam a necessidade de “garantias de segurança confiáveis e robustas que permitam à Ucrânia defender sua soberania e integridade territorial”.
Da mesma forma, os líderes reiteraram sua firme posição de apoio a Kiev e seu entendimento compartilhado de que a invasão e a retirada da Rússia da Ucrânia representam uma “violação flagrante” da Carta das Nações Unidas, do Tratado de Helsinque (1975) e do Memorando de Budapeste. (1994), e outros compromissos assinados por Moscou.