De acordo com a professora Katia Câmara, 51, moradora do local, o fogo começou por volta do meio-dia na área de vegetação, fora dos limites da propriedade onde ela vive. Os bombeiros foram acionados, apagaram as chamas e, segundo ela, disseram que a situação estava controlada, sem risco de novos incidentes.
No entanto, ainda conforme a moradora, às 16h, o incêndio recomeçou, desta vez, vindo da área externa da construção vizinha. As moradoras Katia, Miriam Câmara, 45, e Jane Costa, 62, relataram que havia um galpão nesse terreno e uma embarcação em chamas.
Elas tentaram conter o fogo com balde, mangueira e toalha para impedir que o incêndio se espalhassem para o condomínio. “Não havia ninguém na construção, tudo estava queimando”, contou Katia, que temia risco de explosão.
O incêndio resultou na queda de um bambu sobre o condomínio delas, destruindo o portão e a cerca da propriedade. O proprietário do terreno que abriga a embarcação estava no local, mas preferiu não dar entrevista.
Mangueiral
As chamas se iniciaram pela manhã e, às 12h50, o CBMDF iniciou o combate com quatro viaturas e a aeronave Nimbus, que armazena até três mil litros de água, podendo ser lançados de uma só vez ou fracionados. Quando as equipes chegaram, depararam-se com um intenso volume fumaça e fogo, que consumia boa parte da vegetação no local. A aeronave chegou a ser reabastecida antes de retornar ao local para dar sequência no combate ao fogo. Foram utilizados abafadores, sopradores, bombas costais, entre outros equipamentos.
O fogo chegou próximo à Subestação Jardins Mangueiral, mas não atingiu o local. Oficial de informação pública do CBMDF, o capitão Charles Palomino explicou que a subestação estava bem acerada, e, por isso, não houve maiores danos. “A vegetação estava limpa ao redor da estação, tanto que a gente pede para a população que mora em áreas rurais que façam o aceiro em volta das edificações das propriedades, em caso de ocorrência de incêndio florestal, o local estará protegido. É importante se atentar a galinheiros, chiqueiros, currais e, claro, às próprias residências”, orienta.
Uma das causas da demora no controle do fogo no local foi o vento intenso. “O vento é um fator que dificulta muito o combate, pois ele alimenta o fogo e dá vida às chamas.
O capitão explicou que a origem desse tipo de incêndio pode ser por causas naturais ou ações humanas. “A queda de um raio pode ser um exemplo de causa natural. Mas, infelizmente, 97% a 98% são causados por humanos. Não podemos afirmar ainda se é o caso, pois precisamos aguardar o laudo pericial”, acrescentou.
Somente no último sábado (16/8), o Corpo de Bombeiros registrou 65 incêndios em vegetação, o que totalizou uma área queimada de mais de 4,5 milhões de metros quadrados.
Fonte: CB