Associações indígenas estão se opondo ao nome de Meri Helem Rosa de Abreu para o cargo de diretora do Departamento de Gestão da Saúde Indígena da Secretaria Especial de Saúde Indígena (DGESI/SESAI).
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A nomeação foi publicada nessa quinta-feira (2/10), no Diário Oficial da União (DOU). Durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Meri esteve à frente da coordenação das aquisições de insumos estratégicos para a Saúde entre 2019 e 2021.
Em nota, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) repudiou a nomeação de Meri para comandar a Saúde Indígena. A organização relembra que a servidora atuou na Saúde durante a crise na pandemia, principalmente no período em que o ex-ministro Eduardo Pazuello esteve à frente da pasta.
“Exigimos a imediata revogação desta nomeação e reafirmamos que os cargos estratégicos da SESAI devem ser ocupados por indígenas dentro desse processo de protagonismo da nossa gestão, e por profissionais com legitimidade, compromisso histórico e competência técnica. A vida dos nossos povos não pode ficar nas mãos de quem já demonstrou desprezo por ela”.
O órgão indígena também afirma que durante a gestão Pazuello, houve uma grande negligência criminosa, omissão deliberada e corrupção na compra de vacinas.
“A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 231, assegura o direito dos povos indígenas à autodeterminação e à gestão de suas próprias políticas. A nomeação de pessoas vinculadas a governos que atentaram contra esses direitos fere frontalmente o pacto constitucional e desrespeita compromissos internacionais assumidos pelo Brasil”.
Em nota enviada ao Metrópoles, o Ministério da Saúde reforçou que Mari Helem possui vasta experiência na área, no qual destaca que processos de compras analisados pela Controladoria-Geral da União (CGU) na época não apontaram qualquer conduta atípica da servidora.
“A diretora Mari Helem Rosa de Abreu possui extensa carreira na Administração Pública e na área de Saúde. Com duas graduações e pós-graduação, foi consultora da OPAS/OMS na área de manutenção de estoques e alocação de insumos antes de ser nomeada Coordenadora-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde em 2020.
Processos de compras analisados pela CGU na época não apontaram qualquer conduta atípica da servidora. Depois seguiu atuando com compras e distribuição de insumos de saúde em empresas privadas, hospitais filantrópicos e instituições públicas”.
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