A conversa por telefone entre os presidentes Lula e Donald Trump, na manhã da segunda-feira (6/10), foi marcada por pelo menos um momento de descontração.
Segundo auxiliares de Lula ouvidos pela coluna, o petista brincou, no início da conversa, com o fato de ele e Trump serem octagenários — os dois têm 79 anos de idade.
O presidente americano, então, respondeu dizendo que se sente “mais forte” hoje do que quando tinha 40 anos. Lula, por sua vez, retrucou dizendo que também se sentia assim.
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O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa com altos líderes militares na Base do Corpo de Fuzileiros Navais de Quantico, em 30 de setembro de 2025, em Quantico, Virgínia
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O presidente Lula
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
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O presidente Lula na posse de Edson Fachin como presidente do STF
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Lula diz a Trump não ter inimigos
Em outro momento da conversa, porém, Lula e Trump divergiram. Ao ouvir o presidente brasileiro afirmar que não tem inimigos, o chefe da Casa Branca disse ter inimigos.
Na conversa, de acordo com relatos, Trump ainda voltou a reclamar da falha no teleprompter durante o discurso dele na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, em setembro.
Foi nesse evento da ONU, aliás, que Lula e Trump se encontraram pessoalmente pela primeira vez e combinaram de conversar posteriormente de forma mais demorada.
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Bolsonaro e Moraes não foram citados
Embora Lula tenha pedido a Trump para revogar as sanções contra autoridades brasileiras, o nome do ministro do STF Alexandre de Moraes não foi citado na ligação da segunda-feira.
Outro nome que ficou de fora da conversa, segundo fontes do Palácio do Planalto, foi o de Jair Bolsonaro. O ex-presidente não foi citado nem por Lula, nem por Trump.
Os pedidos de Lula a Trump
A conversa de Trump e Lula ocorreu por telefone e durou cerca de 30 minutos. O petista fez a ligação diretamente do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente brasileiro, em Brasília.
Lula estava acompanhado do vice-presidente Geraldo Alckmin, dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Sidônio Palmeira (Secom) e Mauro Vieira (Itamaraty), e do ex-chanceler Celso Amorim, atual assessor especial de Lula.
Na conversa, como noticiou a coluna, o chefe do Planalto pediu a Trump o fim do tarifaço contra importações brasileiras e a revogação das sanções impostas a autoridades brasileiras.
Trump, então, designou o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e Haddad.
Ainda na ligação, Lula e Trump também combinaram de se encontrar pessoalmente em breve. O mandatário brasileiro sugeriu que o encontro aconteça durante a Cúpula da Asean, na Malásia, no final de outubro.
Na conversa, Lula ainda reiterou o convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA), e também se dispôs a viajar aos Estados Unidos para um encontro entre os dois.