A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou que a Marisa, um dos gigantes do varejo brasileiro, refaça suas demonstrações financeiras entre 2022 e 2025.
A companhia foi notificada pela Superintendência de Relações com Empresas da autarquia.
Entenda
A CVM pediu que a Marisa refaça as demonstrações financeiras anuais de 2022, 2023 e 2024, além dos formulários de informações trimestrais referentes a 2023, 2024 e 2025.
De acordo com o órgão, esses relatórios devem ser republicados para a constituição de provisões relacionadas a processos tributários envolvendo a M Serviços – controlada indireta da Marisa que atua como prestadora de serviços do balcão das lojas.
As provisões, em linhas gerais, são valores separados nas demonstrações financeiras que serão destinados para uma obrigação futura provável de acontecer – mas que ainda não está completamente definida. Segundo a CVM, a Marisa terá de refazer esses balanços para incluir essas provisões.
O que diz a Marisa
A Marisa informou que, conforme indicado em suas notas explicativas das demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2024, o prognóstico de perda de processos tributários é classificado como “possível”, motivo pelo qual não foi feita provisão.
A empresa alega, inclusive, que houve uma recente decisão administrativa favorável a esse posicionamento.
“A companhia está analisando os termos da decisão da área técnica da CVM e avaliando as medidas a serem eventualmente adotadas, inclusive no que se refere à apresentação de recurso, com pedido de efeito suspensivo”, diz a Marisa, em nota.
Sem as provisões no balanço, a Marisa reportou um prejuízo líquido de R$ 315,8 milhões no ano passado. Atualmente, a varejista vale cerca de R$ 600 milhões.