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Com presidente do Panamá, Lula defende soberania sobre o canal do país

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quinta-feira (28/8), a soberania panamenha a respeito do canal artificial que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, diante de pressões norte-americanas. A declaração ocorreu durante visita do presidente do Panamá, José Raúl Mulino.

“O comércio internacional é utilizado como instrumento de incursão e chantagem. […] O Brasil apoia integralmente a soberania do Panamá pelo canal, conquistada após décadas […] Há mais de 25 anos, o país administra o corredor marítimo com eficiência e respeito à neutralidade, garantindo trânsito seguro a navios de todas as origens”, afirmou o titular do Palácio do Planalto.

O Panamá é responsável por uma das principais rotas hidroviárias artificiais do mundo. O local, com mais de 80 quilômetros de extensão, é responsável por intenso trânsito de navios cargueiros.

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Diante disso, o petista anunciou que vai aderir ao tratado de neutralidade e funcionamento do Canal do Panamá, subscrito por mais de 140 países. Durante a visita, o Ministério de Portos e Aeroportos e a Autoridade do Canal assinaram um memorando para otimizar as exportações brasileiras pelo local.

Recentemente, os Estados Unidos fecharam um acordo com o Panamá para usar a hidrovia artificial gratuitamente e com prioridade. Pelo Tratado do Canal do Panamá, todos os países que desejarem utilizar o local para cruzar os oceanos deverão pagar o mesmo valor.

Comércio bilateral

Um dos principais temas tratados pelos dois presidentes foram questões comerciais. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, em 2024, o comércio bilateral entre os dois países atingiu o montante de US$934,1 milhões.

Durante a visita a Brasília, a comitiva panamenha fechou um acordo de compra de quatro aeronaves Super Tucano, da Embraer, um caça de ataque leve, que vai integrar as forças militares do Panamá.

O último encontro entre Lula e José Raúl ocorreu durante a 66ª Cúpula de Chefes de Estado, no começo de julho, em Buenos Aires, na Argentina. Na ocasião, o Brasil assumiu a presidência do bloco econômico sul-americano, e o Panamá formalizou adesão como membro associado do bloco em dezembro do ano passado.

COP30

Outra questão em pauta é a crise nas hospedagens para a 30ª Conferência das Partes (COP30), marcada para Belém, capital do Pará, em novembro. O evento da Organização das Nações Unidas (ONU) para questões ambientais tem sido alvo de críticas por representantes internacionais pelo alto custo das diárias para as comitivas interessadas em comparecer à conferência.

O presidente do Panamá indicou que participará do COP30 em Belém e reforçou que o país é um dos mais atingidos pelas mudanças climáticas, com preocupação, em especial, ao acesso à água por parte da população local.

“O Panamá precisa de água porque vendemos água pelo canal […] É por isso que estão começando a desenvolver um projeto de reservatório nas montanhas Copé e Colón, com o objetivo de fornecer água ao lago do canal, permitindo que os navios atravessem de oceano a oceano e que o povo de Panamá tenha água potável”, pontuou Mulino.

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