Além de cortar a taxa básica de juros da economia norte-americana em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 4% e 4,25% ao ano, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) indicou nesta quarta-feira (17/9) que deve fazer mais dois cortes ainda neste ano.
A indicação consta do comunicado divulgado pela autoridade monetária juntamente com o anúncio da decisão sobre os juros. A maioria dos analistas do mercado já projetavam mais três cortes de juros em 2025, incluindo a redução anunciada nesta quarta.
As projeções indicam que o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc) do Fed deve reduzir a taxa de juros mais duas vezes em 0,25 ponto percentual nas duas reuniões do colegiado previstas até o fim deste ano.
Com isso, os juros nos EUA recuariam, ainda em 2025, mais 0,5 ponto percentual e fechariam o ano no intervalo entre 3,5% e 3,75%.
As duas próximas reuniões do Fed estão programadas para outubro (dias 28 e 29) e dezembro (dias 9 e 10).
A votação desta quarta-feira não foi unânime. Stephen Miran, novo integrante do Fed, indicado por Donald Trump, votou por um corte maior, de 0,5 ponto percentual.
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Segundo André Valério, economista sênior do Banco Inter, “os próximos dados do mercado de trabalho continuarão sendo decisivos para a condução da política monetária”. “O Fed ainda vê espaço para o mercado de trabalho deteriorar, antecipando uma taxa de desemprego de 4,5% esse ano, enquanto vê a inflação a 3% esse ano e 2,6% em 2026, acima da projeção de junho”, observa.
“Portanto, caso vejamos uma reversão na tendência do mercado de trabalho, com uma eventual retomada do emprego, será difícil para o comitê justificar novos cortes. Até a reunião de outubro, teremos a divulgação de mais um ‘payroll’. Caso ele venha em linha com as últimas duas divulgações, teremos mais um corte de 0,25 ponto percentual”, projeta o economista.
Para Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, “a decisão foi mais baseada em equilíbrio de riscos, citando o enfraquecimento do mercado de trabalho, mas mantendo o posicionamento e o comprometimento de buscar a meta de inflação em 2% ao ano”.