Duas pessoas morreram por intoxicação de metanol após ingerirem bebida alcoólica adulterada com metanol em São Paulo. Um dos casos ocorreu na capital paulista e outro em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A causa das mortes foi confirmada neste sábado (27/9) pelo Centro de Vigilância Sanitária (CVS).
A vítima de São Bernardo do Campo é um homem de 38 anos que foi internado em um hospital do município em 18 de setembro, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo. A idade da pessoa que morreu na capital não foi informada.
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Autoridades suspeitam de que o metanol, solvente bastante utilizado na fabricação de combustível, esteja sendo usado para adulterar bebidas como gin, whisky e vodka.
Segundo o CVS, órgão ligado ao governo estadual, seis casos já foram confirmados em São Paulo. Outros dez casos estão sendo investigados desde junho pela Vigilância Sanitária, que recomenda atenção redobrada.
“A recomendação é que bares, empresas e demais estabelecimentos redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos, e que a população adquira apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, evitando opções de origem duvidosa e prevenindo casos de intoxicação que podem colocar a vida em risco”, disse o CVS, em nota.
Alguns casos, inclusive da morte na capital, foram encaminhados ao Ministério da Justiça e Segurança Pública por meio do Sistema de Alerta Rápido (SAR). Além do óbito, outros oito casos no Estado de São Paulo foram reportados ao governo federal em um período de 25 dias. Essas ocorrências haviam sido registradas anteriormente pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), de Campinas (SP).
Ministério alerta para surto epidêmico
Diferente de outras contaminações por metanol, dessa vez a intoxicação se deu em “cenas sociais de consumo alcóolico”, segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad). O Ciatox já havia registrado, nos últimos dois anos, casos de intoxicação da substância pelo uso deliberado de combustível por moradores de rua. Agora, trata-se de consumo de bebida adulterada.
“A ingestão acidental ou intencional de metanol leva a intoxicações graves e potencialmente fatais. O cenário de adulteração é particularmente relevante do ponto de vista de saúde pública, pois episódios dessa natureza frequentemente resultam em surtos epidêmicos com múltiplos casos graves e elevada taxa de letalidade, afetando grupos populacionais vulneráveis e exigindo resposta rápida das autoridades sanitárias. Nesse sentido, requer alerta à população, considerando, inclusive, o início do fim de semana, quando há maior frequência a bares e consumo de bebidas alcóolicas”, diz nota da Secretaria, ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Polícia investiga adulteração
Duas delegacias da Polícia Civil investigam casos de consumo de bebida adulterada. O 2º Distrito Policial de São Bernardo do Campo investiga a morte que ocorreu no município. Já o 48º Distrito Policial, de Cidade Dutra, na zona sul da capital paulista instaurou um inquérito para investigar outro caso suspeito de “intoxicação provocada pela ingestão de bebida alcoólica adulterada”, nesse caso, segundo a SSP, não houve morte.
“A autoridade policial realiza diligências e está empenhada na coleta de depoimentos de testemunhas, vítimas e demais envolvidos. Também foram requisitados exames periciais para auxiliar no esclarecimento dos fatos”, diz a SSP, em nota.