Ao determinar a prisão domiciliar de Jair Messias Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou uma frase que já foi dita no processo anteriormente: “A Justiça é cega, mas não é tola”. A decisão contra o ex-presidente foi tomada no fim da tarde desta segunda-feira (4/8).
“A Justiça não permitirá que um réu a faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico. A Justiça é igual para todos. O réu que descumpre deliberadamente as medidas cautelares, pela segunda vez, deve sofrer as consequências”, afirmou o ministro do STF.
O ex-presidente já estava submetido, por ordem de Moraes, a uma série de medidas cautelares. As medidas iniciais incluíam a proibição de ausentar-se do país, com uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar no período noturno (das 19h às 6h) e nos fins de semana.
Além disso, havia a proibição de aproximação e acesso a sedes de embaixadas e consulados, de manter contatos com embaixadores ou autoridades estrangeiras, e com demais réus e investigados. Crucialmente, Bolsonaro estava proibido de utilizar redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.
6 imagensFechar modal.
1 de 6
Bolsonaro acompanha manifestação por chamada de vídeo
2 de 6
Reprodução/ Vídeo3 de 6
Reprodução/YouTube do Metrópoles4 de 6
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto5 de 6
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto6 de 6
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
A proibição de uso de redes sociais por Moraes deixava claro que não seriam permitidas transmissões, retransmissões, veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer plataforma de redes sociais, nem o uso desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão.
Leia também
-
Brasil
Prisão domiciliar de Bolsonaro tira STF da defensiva ante tarifaço
-
Distrito Federal
Deputada do PT diz que “Justiça está funcionando” após prisão de Bolsonaro
-
Brasil
Bolsonaro colaborou e não resistiu à operação da PF, dizem fontes
-
Igor Gadelha
PF abordou Bolsonaro para apreender celular quando ele chegava em casa
Na decisão desta segunda, Moraes argumenta que houve o descumprimento de medidas cautelares que haviam sido estipuladas anteriormente. O estopim para a preventiva foi a participação de Bolsonaro, via telefone, de uma manifestação bolsonarista realizada no último domingo (3/8) no Rio de Janeiro. Participação esse que foi republicada pelos filhos Carlos e Flávio Bolsonaro nas redes sociais.
Na data, Bolsonaro estava em casa, em Brasília, justamente por conta das medidas cautelares impostas anteriormente.
Além da prisão domiciliar, Bolsonaro deverá cumprir as seguintes medidas:
- Proibição de visitas, salvo de seus advogados regularmente constituídos e de outras pessoas previamente autorizadas pelo STF.
- Proibição expressa de utilizar celulares, tirar fotos ou gravar imagens durante as visitas.
- Proibição de uso de celular, diretamente ou por intermédio de terceiros.
- Manutenção expressa das proibições anteriores de manter contatos com embaixadores e autoridades estrangeiras, bem como de utilização de redes sociais, direta ou indiretamente por terceiros.
Caso haja o descumprimento de qualquer de umas das regras da prisão domiciliar implicará na revogação da medida e na decretação imediata da prisão preventiva. A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) foram imediatamente comunicadas para o cumprimento da decisão.